terça-feira, 4 de agosto de 2009

sim

- Eu tenho que te dizer que, infelizmente, o diabo existe sim. O mal existe sim.
E me olhou fixamente nos olhos, como quem pergunta. E me contou que a casa dele foi invadida pelo demônio um dia, que ele passou um apuro danado até que veio um anjo bem menos safado do que os anjos que eu conheço, sacou a espada e venceu todo o mal dali.
- Olha, tudo bem, eu não duvido não.
- Você deve tá achando que eu tava drogado , mas eu não tava drogado.
Eu não sei, amigo, não sei. Eu tenho pra mim que acreditar é coisa de arrepio, não dá pra dizer que acredito só porque acho possível.
É que me fizeram debaixo de estrelas de touro e libra, aí fiquei assim terrena. Mas eu não duvido não. De quase nada.
Talvez nesses meus dias aqui eu veja fouetés triplos seguidos de piruetas a la second tudo na ponta como se fosse mágica e se eu arrepiar vou ter que acreditar que existe mesmo. Talvez eu alongue meu senso de crença quando vir a música de Tchaikovsky tocada pelos pés mais leves e espertos do mundo, com selo de um promenade paranormal. Como talvez você tenha visto o diabo mesmo
e talvez seja uma pena que o seu exercício de crença no quase impossível tenha tido que ser esse, mas talvez da próxima vez te deixem escolher e por aqui eles devem ter bastante coisa, aqueles mini-bailarinos, 12 anos e um pas-des-deux do Quebra Nozes bem inacreditável.

Eu só sei que agora, com seis malas, colchonete, travesseiro e girafa de pelúcia do meu lado, conversando com você sobre o bem e o mal eu só posso acreditar, amigo, em Folhetim.

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