segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

todas as coisas

(é.. o resto a gente pode disfarçar. mas olfato, de fato, é fato.)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

therefore

- Ah eu quero te dizer que o instante de te ver custou tanto penar, não vou me arrepender. só vim te convencer que eu vim pra não morrer de tanto te esperar. eu quero te contar das chuvas que apanhei, das noites que varei no escuro a te buscar, eu quero te mostrar as marcas que ganhei nas lutas contra o rei, nas discussões com Deus.. e agora que cheguei, eu quero a recompensa. eu quero a prenda imensa dos carinhos teus.

ela quis ignorar, mas acabou fazendo sol. não conseguiu esconder no escuro do mundo que sabia muito bem a continuação da música, ela que escutava essa desde pequenininha e afinal também era maria.


( a fala é parte de uma música, claro, do chico. )

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

aqueimar

Eu tava no 070 saindo de uma prova cruel, indo pro ensaio. Mas de repente o ônibus mudou de rumo, foi me levando pro lugar mais gelado do mundo. E não era fora da janela, era mesmo dentro dos meus olhos que eu via as grades de ferro, o corredor mal iluminado, as paredes lavadas e cheias de marcas, sujas pra sempre, os olhos no chão, os corações e as saudades mil na parede e na carteira.
Vinha da mochila de um menino de uns 13 anos o meu vale-transporte. Era um celular que tocava rap bem alto. Aquela batida gelada, seca. Se o rap se materializasse eu tenho certeza que viraria aquilo, o lugar de tanto concreto e ferro, de palavras perdidas. Onde não existem nomes, só iniciais.
E inicial é o que mais me desespera, depois da inicial como é que termina, seu moço?
Durou pouco mais de quatro minutos a minha viagem àquela Terra do Nunca ao contrário.
O ponto na frente do Shopping ainda tava ali, o ballet ainda era umas cinco quadras pra cima. Nada é fácil de entender.