domingo, 31 de agosto de 2008

uh.uh.uh.uuuuh

a bateria acabou, mas eu ainda tinha tanto pra dizer.
mudei de sofá como um nômade, alcancei a tomada como um alpinista e perdi o assunto, como um pássaro.

era muita coisa, acho que hoje acordei meio pedinte.

a verdade é que eu só queria pedir que a primavera voltasse. há muitas gerações de borboletas tristes que não conheceram rosa nenhuma, só árvores desfolhadas e o árido do inverno, a primavera se foi.
eu hoje acordei cansada de contar borboletas vazias, o vento cansado assobiar suplícios, até as nuvens já se cansaram dessas vestes cinza.

tomara que as bolhas de sabão que eu soprei hoje te encontrem no seu esconderijo.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Baseado em fatos reais

tava mais bobo que banda de rock, que um palhaço do circo vostok. mas ontem eu recebi um telegrama. era você de aracaju, ou do alabama,dizendo:
-nego sinta-se feliz. porque no mundo tem alguém que diz que muito te ama, que tanto te ama, que muito te ama, que tanto tanto te ama.
por isso hoje eu acordei com uma vontade danada de mandar flores ao delegado de bater na porta do vizinho e desejar bom dia, de beijar o português da padaria.

de Telegrama- Zeca Baleiro.

te amo muito, john! muito. x)

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Pausa para levitação.

- xeque.

não que seja uma pequena notícia, essa cabe nos grandes jornais, mas não podia faltar nas minhas histórias.

não, senhor, não sumiu. e mesmo que alguém ache pouco, migalhas de vontade mendigadas por susurros ardis, e mesmo se a hora não souber ser feita, tomara que saiba, mas mesmo se não souber, não há mais sono pra velar. olhos abertos. pode ir embora e leva seus braços de estivador.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

pra seis tigres famintos.

eu queria escrever alguma coisa tão sincera, certa e bonita quanto gotas de orvalho antes das seis. não vai dar. mas parece que já tinha sido escrito, e não foi o chico dessa vez :


Sabe, acho que ninguém vai entender. Ou, se entender, não vai aprovar. Existe em nossa época um paradigma que diz: enquanto você me der carinho e cuidar de mim, eu vou amar você. Então, eu troco o meu amor por um punhado de carinho e boas ações. Isso a gente aprende desde a infância: se você for um bom menino, eu vou lhe dar um chocolate. Parece que ninguém é amado simplesmente pelo que é, por existir no mundo do jeito que for, mas pelo que faz em troca desse amor. E quando alguém, por alguma razão muito íntima, pára de dar carinho e corre para bem longe de você? A maioria das pessoas aperta um botão de desliga-amor, acionado pelo medo e sentimentos de abandono, e corre em direção aos braços mais quentinhos. E a história se repete: enquanto você fizer coisas por mim ou for assim eu vou amar você e ficar ao seu lado porque eu tenho de me amar em primeiro lugar. Mas que espécie de amor é esse? Na minha opinião, é um amor que não serve nem a si mesmo e nem ao outro.
Eu também tenho medo, dragões aterrorizantes que atacam de quando em quando, mas eu não acredito em nada disso. Quando eu saí de uma importante depressão, eu disse a mim mesma que o mundo no qual eu acreditava haveria de existir em algum lugar do planeta! Haveria de existir! Nem que este lugar fosse apenas dentro de mim... Mesmo que ele não existisse mais em canto algum, se eu, pelo menos, pudesse construi-lo em mim, como um templo das coisas mais bonitas que eu acredito, o mundo seria sim bonito e doce, o mundo seria cheio de amor e eu nunca mais ficaria doente. E, nesse mundo, ninguém precisa trocar amor por coisa alguma porque ele brota sozinho entre os dedos da mão e se alimenta do respirar, do contemplar o céu, do fechar os olhos na ventania e abrir os braços antes da chuva. Nesse mundo, as pessoas nunca se abandonam. Elas nunca vão embora porque a gente não foi um bom menino. Ou porque a gente ficou com os braços tão fraquinhos que não consegue mais abraçar e estar perto. Mesmo quando o outro vai embora, a gente não vai. A gente fica e faz um jardim, um banquinho cheio de almofadas coloridas e pede aos passarinhos não sujarem ali porque aquele é o banquinho do nosso amor, o nosso grande amigo. Para que ele saiba que, em qualquer tempo, em qualquer lugar, daqui a quantos anos, não sei, ele pode simplesmente voltar, sem mais explicações, para olhar o céu de mãos dadas.
No mundo de cá, as relações se dão na superfície. Eu fico sobre uma pedra no rio e, enquanto você estiver na outra, saudável, amoroso e alto-astral, nós nos amamos. Se você afundar, eu não mergulho para te dar a mão, eu pulo para outra pedra e começo outra relação superficial. Mas o que pode ser mais arrebatador nesse mundo do que o encontro entre duas pessoas? Para mim, reside aí todo o mistério da vida, a intenção mais genuína de um abraço. Encontrar alguém para encostar a ponta dos dedos no fundo do rio - é o máximo de encontro que pode existir, não mais que isso, nem mesmo no sexo. Encostar a ponta dos dedos no fundo do rio. E isso não é nada fácil, porque existem os dragões do abandono querendo, a todo instante, abocanhar os nossos braços e o nosso juízo. Mas se eu não atravessar isso agora, a minha arte será uma grande mentira, as minhas histórias de amor serão todas mentiras, o meu livrinho será uma grande mentira porque neles o que impera mais que tudo é a lealdade, feito um Sancho Pança atrás do seu louco Dom Quixote, é a certeza de existir um lugar, em algum canto do mundo, onde a gente é acolhido por um grande amigo. É por isso que eu tenho de ir. E porque eu não quero passar a minha existência pulando de pedra em pedra, tomando atalhos de relações humanas. Eu vou mergulhar com o meu amigo, ainda que eu tenha de ficar em silêncio, a cem metros de distância. Eu e o meu boneco de infância, porque no meu mundo a gente não abandona sequer os bonecos que foram nossos amigos um dia.
Agora em silêncio, tentando ensinar dragões a nadar.

Agora em silêncio- Rita Apoena
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Enquanto isso no lustre do castelo, não sumiu não, senhor. a gente não vai mais brincar de esconde-esconde. eu sei que os avós apanharam tanto e foram tão desmoralizados que os pais resolveram nascer um pouco cegos, ou um pouco mudos. e agora você ri e acha que a gente, filhos da cegueira e do silêncio, nascemos com as mãos amarradas por uma corda invisível, senhor. mas enquanto você ri e acha graça da nossa imobilidade, a gente ri muito mais. o motivo eu não conto, senhor. o motivo é como a roupa do rei naquela historinha de escola, lembra? só os inteligentes conseguem enxergar.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

eu te amo como nunca amei ninguém
acho que é por isso que erro tanto,
como quando a gente olha a receita mas não sabe direito e exegera na medida das coisas, ou mexe pro lado errado, ou queima um pouquinho.
na verdade eu sei que a gente não combina em quase nada, atum com mel nunca foi a combinação mais indicada pra afzer dar certo a receita de viver um grande amor e é quase impossível que a nossa receita seja promovida a banquete sério, atum com mel serve, no máximo, pra ser bagunça de sábado a tarde.
mas, sabe, eu não desaprendi a te chamar em silêncio, nem deixo de te enxergar de olhos fechados, se eu vejo sorriso com ternura de estrelas eu já sei pra quem que elas tavam olhando lá de cima.
e eu não vou te perguntar nada, porque passageiro não sou, nem o mendigo. quando eu penso em alguém, só penso em você.
tem mais de três gerações de borboleta que eu tento dizer, mas não sei explicar. hoje um casulo de borboleta na reitoria me lembrou que não tem explicação
eu te amo
como nunca amei ninguém.

domingo, 10 de agosto de 2008

- tarefa

era pra escolher uma verdade qualquer e defender, como se tivesse muito perigo, como se ela pudesse ser raptada por alguém e sumir pra sempre. e ainda era pra defender de mãos atadas, com 1800 toques no teclado.
mas a verdade é que eu não gostei muito da idéia não, nem as minhas verdades. é que elas moram tão dentro, tão dentro e são segredo, seu moço. e eu tenho um acordo com elas, não as coloco pra fora pra não correrem perigo . lá fora elas poderiam se perder mesmo e virar mentiras, suposições, frases banais. aqui dentro ainda não ficou tão escuro.
então eu vou defender minhas verdades nesse seu texto de 60 toques por linhas. vou pegar uma mentira, ou uma suposição, ou uma coisa banal e travestir de verdade pra você transformar em número depois, é o jeito.
e minhas verdadeiras verdades vão continuar aqui dentro, ternas, internas, silenciosas, indizíveis.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

e eu agora não vou fingir que não sei sobre as regras de sala de espera.
não quero cantar futuros amantes, não vou trocar em miúdos.
talvez eu converse com as nuvens em silêncio, enquanto espero que o tempo me ensine, de novo, a me aproximar de um passarinho.

domingo, 3 de agosto de 2008

amor


essa coisa de vida é engraçada-estranha. parece que vem devagarzinho a humanidade.

e quando a morte não vem de sopetão, desafiando toda a vida que sobra, a própria vida parece que vai se esvaindo, em ritmo de poesia antiga, calma, eternamente fugindo, como se fosse aviso. como se ela transformasse a gente em bebê de novo, ao contrário, só pra dizer que não é nada pessoal não, que ela até queria ficar mais, mas se até o pra sempre acaba..

é por isso que eu seguro a sua mão com cuidado, que eu te ouço e quase entendo, que eu te olho com abrigo : não precisa ter medo e nem chorar, a gente fica, e um pedacinho doce seu, pra sempre sem acabar.

sábado, 2 de agosto de 2008

nuvem no aviãao.


agora faz tempo que eu voltei já, parece que nem tem mais graça contar das coisas de lá. mas sobre portugal vou ter que falar sim.

é lindo de causar lirismo desmedido, no mp3 imbutido só dava fado tropical, enquanto na rádio de lá mesmo tocava marisa monte e caetano veloso. praia linda demais a de oeiras, água friia, mas praias de areia e pedra. o povo de lá é muito legal também, na verdade nem sei se são legais ou se eu é que tive sorte de encontrar gente legal por lá, só fiquei cinco dias né.. mas lá é bem diferente do resto, parece mais com a gente *.*

pra portugal um dia eu volto sim, certeza x)


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enquanto isso no lustre do castelo,

outra vez (8)