sábado, 30 de maio de 2009

andreas

Andreas embalava o sono da filha entre a feitura de uma pulseira e outra. Não me puxou pelo braço, não desfilava, acho que não tomava banho todos os dias, por supuesto.
-Pulseira dos reales!
Não tenho. O vento frio e a chuva eram cordas me puxando pelo umbigo, esse bicho que mora em mim queria aninhar nos braços o montinho de pano que respirava dentro do carrinho, força umbilical.
-Puedo me quedar con esa?
Me sorriu daqueles cheios de significação, eu imaginei o que aqueles olhos que viajaram a pé do Chile hasta aqui saberían.
-Un deseo
Eu só não queria a falta. E que sua filha sempre tivesse um ninho.
Nó de laços.
-Hasta. Suerte, amigo!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Hoje eu não tinha pressa, só dor de barriga.
Desci a escada do seis, a escada docêis, que zomba de mim sempre que eu passo, fazendo piada das minhas pernas curtas, querendo brincar de esteira quando não é hora, oras. Eu ás vezes tropeço num dos gravetos que ela coloca secretamente nos degraus pra derrubar a gente por causa daquele sonho brega de ser escada rolante.
Daí eu lembro que tem isso também da escada além de tudo. é, tem isso da escada.. e dependendo do dia eu rio, ou mareio.