sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Era um dia e outro na rua antiga quase invisível. As janelas de verdade já estavam fechadas, o chão de paralelepípedos e a iluminação fraca do poste apertavam a gente. Bonito de dar vontade de se aninhar, você sabe.
E a Lúcia, lá no final da ruela, se despedaçava silenciosamente. A Lúcia escandalosa explodia ao som do vento. azul, dourado, verde, até virar céu.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Uma dose de Leminsk pra arrancar esse blog do limbo. Um dos poemas que eu mais gosto nessa vida.
Tenho mania de ler esse poema com um mas antes, não sei porque. Acontece desde que esbarrei com ele pela primeira vez. E antes de encontrar a versão original na internet ou no livro, distraída, me lembro dele com um mas no começo, como se existisse um prólogo escrito com tinta invisível, subentendido. esse que eu entendo..

(Mas)

um homem com uma dor
é muito mais elegante
caminha assim de lado
como se chegasse atrasado
andasse mais adiante

Paulo Leminsk