quinta-feira, 24 de junho de 2010

partida

Eu tava sonolenta no banco de madeira da pequena estação de trem de Toledo. Tinha andado o dia todo pela cidade inteira embaixo de sol, ignorando uma gripe espanhola que me pegou de jeito por lá mas não podia atrapalhar. Eu e meus primos esperávamos o penúltimo trem do dia de Toledo pra Madri. Ainda fazia sol lá fora, aliás naquele lugar de além-mar, o sol se põe lá pelas oito e meia da noite, os dias parecem eternos (aah, el verano!).
Vários turistas já começavam a chegar, nossos companheiros de trem. Ouvimos português no salão perto da gente: cariocas, um casal jovem e o filho de uns 3 anos. Depois de um tempinho mais português, esse mais chiado do que o carioquês: família portuguesa.
Os dois menininhos portugueses, de uns 5 e 8 anos, tinham uma bola e começaram a brincadeira. O brasileiro logo desceu do carrinho e nem tirou a chupeta, não falou nada, o que me fez pensar se o futebol não é mesmo uma língua internacional.
De repente o salão de ornamentos toledanos já tinha virado quadra e todo mundo em volta era torcida. E a mãe portuguesa, com os olhos cheios de carinho, olhou pra brasileira e disse com ar de orgulho:
- A melhor seleção da Europa. Contra a melhor seleção do mundo.

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