quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

do alto

Sentou na sacada trepando mesmo, como se fosse árvore.
entre o desequilíbrio e a rede de segurança, que é ali que mora o marasmo. entre a superfície de concreto trave extra-fina e a rede de insegurança, que lá que mora a pergunta.
Olhou os carros que passavam e as luzes dos postes que embora estáticas, dançavam mole nos vidros dos prédios.
Segundo ciclo vermelho-verde do semáforo mais próximo. acenderia um cigarro agora, se fumasse. derramaria uma lágrima ou outra, se chorasse.
Nó de veias e artérias, tambores, abelhas, seja lá o que fosse, que ia aumentando mais do que podia, mais do que tava escrito nas linhas daquelas mãos pequenas. o coração tem que ser do tamanho da mão fechada, disseram. daí que não cabia muita coisa ali, o alargador que ela engolira forçava as paredes, vomitaria sangue, se combinasse.
acontece que tinha estômago de touro, a vaca. digeriu.

Um comentário:

Ana Paula Saltão disse...

me identifiquei dum tanto com isso! bem maior que o tamanho do meu coraçãozinho-mão-fechada.tá lindo!