domingo, 31 de março de 2013

nicotina

No começo você acredita que pensa nela porque quer, porque é bonito, é legal e não faz mal. Você passa a perceber o descontrole quando é domingo. Ou fim de tarde. Ou quando chove. Ou os três, como é o caso agora. Você não quer mais pensar nela porque, apesar de ser perfeitamente natural, já chega. É hora de mudar de assunto, você não é nenhum disco riscado. Mas as paixonites são mesmo como os vícios, ninguém nota o perigo antes de ser tarde demais.
E ninguém precisa te avisar que hoje é tarde pra você. Você notou que qualquer coisa que lê/vê/ouve sobre o Chico te faz pensar nela. Será que as pessoas já perceberam o quanto se fala no Chico? Você percebeu. Reparou que as pessoas arranjam os motivos mais fúteis do universo pra falar dele. Chico e a censura. Chico e as mulheres. Chico escritor. Chico no cinema. Chico fala de política. Chico fala das redes sociais. Chico ri de nervoso. A evolução do bigode do Chico ao longo dos anos. Papa Chico. Ele é o cara mais pentelho da música nacional. O Chico nunca sai de pauta, nunca sai da tela, da tevê ao twitter.
E ela nunca sai da sua cabeça.
(O que te leva  a pensar seriamente que a música brasileira precisa de uma repaginada. E só.)

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