Quando ela chegou balançando o cabelo em charme proposital, um garfo se jogou da mesa, vai ver foi paixão mais-que-prematura-exagerada, vai ver tinha tirado o J mesmo.
Ninguém viu quando ela sentou na mesa, hipnose, dizem. Foi sentar com ele, que esperava há três minutos e cinco goles de cerveja.
Say goodbye, dizia o roteiro. Ele era mudo, tão mudo quanto as madrugadas quando a sombra é maior que o medo, e menor que o segredo, amor.
- Um brasa salada com adicional de coragem, por favor.
E aqui não é mesa de bar, mas a breguice é infinita, garçom. Ela não viu quando ele ficou mais rosa que o comum, quando pensou sem querer no quanto ela era linda e em como ele entendia aquele guardanapo que se despedaçava com o toque das mãos dela, que aquelas mãos eram mesmo o melhor lugar do mundo, say hello. Ela não viu, era cega, talvez porque ele fosse mudo, então.
Os garçons trocaram olhares ansiosos, o adolescente emburrado da mesa ao lado já tinha socado a mesa há dois minutos e um vôo de abelha improvisado, a deixa, say hello say hello!
Mas o frio na barriga antes da queda, e ele definitivamente tinha uma queda por ela, um tombo. e o frio na barriga antes da queda congelou a cena sem aviso, e eu na esquina de cima bem pra cima, na quina da rede de insegurança, quase gritei
- corta!
3 comentários:
Aí Camila
que romantismo incomum, com aquela pintadinha de anacrônico, que sentimos falta ao assistir os filmes de época...
Lindo
Parabéns a Blogonauta Camila por tornar a Blogosfera um lugar ainda melhor.
Ai que lindo... tão doce, tão meigo, tão, tão... Camila.
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