segunda-feira, 12 de agosto de 2013

alma a gente tem muitas

Alma a gente tem muitas, incontáveis.

Quantas você acha que foram necessárias pra segurar meu corpo na cadeira enquanto bebemos e conversamos? Quantas?  Enquanto a conversa trivial.
           O que você tem feito?
                             Ah, o de sempre...

Uma das minhas almas algemada aos pés da mesa, a sua por cima, mordendo as orelhas, sugando o pescoço. Sua alma vampira. Minha alma roxa. Minha alma que não aprendeu a diferença entre beijos e prisões. Rebelde de mim, escrava sua. Os punhos amarrados nos pés da mesa do bar.

Ninguém viu quando o líquido nos copos vibrou sutilmente. Nossas almas se espremendo entre o amor e a fome, embaixo da mesa. Milhões de arrepios e ondas e tempestades e transbordamentos. E o mundo vazio.

Minha alma, enfim, feliz. Completa, satisfeita, realizada e morta. Mas alma a gente nunca enterra. Alma a gente tem muitas, incontáveis.

Eu não te via há tanto tempo.

2 comentários:

Luiza Rosa disse...

^^
lindo, Camis!
bom demais te ler.
beijo, querida!

Caroline Verde disse...

olha.. se fazendo que não sabe escrever e mimimi. Muito lindo, mesmo mesmo!