sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Segredo

Alfredo, eu quase aprendi a ser flor. Mas hoje eu te escrevendo pra fazer uma confissão porque choveu. Eu espero que você entenda que isso não tem nada a ver com dança das cadeiras, não quero mudar de lugar. Eu e você nos encaixamos nessa vida muito melhor como amigos, sei.

A vizinha me disse esses dias que tava com vontade de comer aquele churrasco que só você faz e hoje a moça que limpa minha casa pendurou aquele pano de prato que você me deu de presente com tanto carinho.

Sabe, aquele pano tava bem guardadinho no fundo de uma gaveta pra não ser mais usado, escondi quando ele começou a desbotar, faz alguns anos que eu não uso. E eu sei que você vai achar bobagem e não gosta de drama, mas ver aquele pano pendurado do lado do fogão me deu uma vontadezinha inconveniente de te abraçar e voltar no tempo, pra um tempo pretérito tão imperfeito que nem se acontecesse a gente se lembraria.

E ainda teve um show muito lindo, Alfredo você não é fraco pra essas coisas e nem vai imaginar o tamanho do arrepio que aquelas notas agudas causaram em mim. O violino é apelação, concordo.. o fato é que você me veio na cabeça de novo, numa falta diferente da que eu senti vendo o pano de prato, saudade musical.

Mas seu celular está em paz, dorme tranquilo eu não te ligo, eu me confesso aqui mesmo.
Eu não te conto nenhuma dessas barbaridades, Alfredo, porque o próprio artista, prevendo a minha vontade de te procurar, olhou sério dentro dos meus olhos e cantou:

3 comentários:

SuperShei disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Paula Saltão disse...

Lindo, lindo, lindo.
Me identifiquei tanto.. Com essa música ainda por cima.

Parabéns. De verdade.

:)

Anônimo disse...

Alfredo devia só trazer o papel pra todas as cag*das das nossas vidas.

Deculpe-me, o Leminsky explodiu aui dentro.


JG