sábado, 7 de agosto de 2010

sem motivos

Seu mal era amar demais uma coisa. Sempre uma coisa só de cada vez, de um amor inteiro indivisível que não se sabe dosar, pende pra um lado, deixa o outro sem.

A primeira poesia que tinha aprendido na escola fora Ou Isto Ou Aquilo, da Cecília Meireles. Ou se calça a luva ou se põe o anel.

Não que não pudesse gostar de várias coisas, afeição tinha de sobra. Assunto principal é que era um de cada vez. Paixão é que era uma de cada vez. Talvez o coração seja mesmo do tamanho de nossas mãos fechadas (e ninguém, nem mesmo a chuva, tinha mãos tão pequenas.)

Pensava que se dois corpos não podem ocupar um só espaço, como poderiam dois espaços ocupar um só corpo?

É por isso que quando dançava tudo sumia, neblina que era a dança dela. Um dia teve que atar os braços e as pernas, pra ver o sol talvez.

3 comentários:

@anadeffense disse...

teu blog continua belíssimo! vim aqui dizer que vai fazer falta nas aulas,
e agradecer um pouco de lucidez no finalzinho da viagem. ahahaha!
beijinho

Anônimo disse...

Eh... como sempre eu fico sem palavras neh... se nota que tu es Emboava... huahuahua

atterai eh a verificação de palavras... estranho neh?!

Luiza Rosa disse...

belo belo, dona bela