sábado, 30 de maio de 2009

andreas

Andreas embalava o sono da filha entre a feitura de uma pulseira e outra. Não me puxou pelo braço, não desfilava, acho que não tomava banho todos os dias, por supuesto.
-Pulseira dos reales!
Não tenho. O vento frio e a chuva eram cordas me puxando pelo umbigo, esse bicho que mora em mim queria aninhar nos braços o montinho de pano que respirava dentro do carrinho, força umbilical.
-Puedo me quedar con esa?
Me sorriu daqueles cheios de significação, eu imaginei o que aqueles olhos que viajaram a pé do Chile hasta aqui saberían.
-Un deseo
Eu só não queria a falta. E que sua filha sempre tivesse um ninho.
Nó de laços.
-Hasta. Suerte, amigo!

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